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Secas e queimadas deixam alimentos, como açúcar, feijão e carne, mais caros


Açúcar sobe na Bolsa

O fogo e as queimadas que tomam conta de várias regiões do país estão fazendo o preço de alguns produtos galoparem na Bolsa de Valores. Um deles é o açúcar cristal e refinado. Na sua forma bruta, a alta é significativa. "A alta chegou a 2,36% em média na semana passada. O mercado interno equivale a 25% do consumo. O restante, 75%, vai para a exportação. Todos sentirão a alteração nos valores da compra", informa a economista e professora Luciana Rosa de Souza, da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (Eppen/Unifesp).

Cerca de 80 mil hectares em áreas de cana-de-açúcar e de rebrota de cana já foram queimados no estado de São Paulo. O prejuízo é de R$ 800 milhões, segundo a última estimativa divulgada pela Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana).

O Brasil é maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e lidera as exportações globais no segmento sucroacooleiro. Somente neste ano, as exportações de açúcar de cana bruto registram mais de U$ 8,69 bilhões.

 

Feijão fica mais caro

Outro alimento que está inflacionado é o feijão. O aumento, estima Luciana, chegará a 40% até o final do ano no atacado. E, consequentemente, no varejo, já que os prejuízos acabam sendo repassados ao consumidor final.

Mas a economista acredita que não faltará produtos nas gôndolas dos supermercados. "Todas as perdas que os agricultores tiveram acabam elevando os preços porque eles trabalham com margem de lucro e muitos riscos. Se eles não ganham, não há incentivo para voltar a plantar", diz a economista.

 

Aumento nas frutas e hortaliças

A laranja também terá seu preço elevado. Análise feita pela Conab afirma que é preciso considerar o panorama internacional para o suco, uma vez que o Brasil é o maior produtor do mundo da fruta e de suco e os estoques estão baixos.

 

A tendência é que a indústria continue com demanda forte, mas a safra prevista será baixa. Isso tende a levar a uma menor oferta do produto para o atacado e mercado de mesa, fazendo com que os preços se mantenham elevados por mais tempo.

A produção de melancia também pode ser bastante afetada em São Paulo e em Goiás. Em SP, é uma fruta que se desenvolve e suporta bem o calor, mas sob influências de extremos climáticos pode perder qualidade (grau de doçura, manchas na casca) e tamanho.

 

A banana já está mais cara por causa da baixa quantidade produzida da fruta, comportamento normal para o período do ano, em entressafra em diversos locais. No entanto, essa alta foi acentuada e continua sendo afetada pela irregularidade da chuva, que provocou estresse hídrico e prejudicou os bananais e o desenvolvimento dos cachos.

As hortaliças costumam ter preços em queda no período de seca. Mas, conforme a Conab, a prolongada ausência de chuvas pode prejudicar as lavouras que não possuem sistema de irrigação. A atenção mais especial se destina à cenoura e ao tomate, produtos mais suscetíveis ao clima e que já têm ciclos de alta e quedas constantes.

 

Menos pasto encarece a carne, leite e outros derivados

O preço da arroba do boi gordo no atacado deve subir 2,47%. No varejo, ainda não há previsão, informa a economista da Unifesp.

Com o pasto seco, os pecuaristas precisam complementar a alimentação do gado com mais ração. Conforme pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/USP), o clima está bastante seco e a oferta de animais criados a pasto, cada vez mais escassa. Por isso, a criação deve passar para o confinamento, mais caro.

 

"Isto também vai afetar o valor do leite e seus derivados, como manteiga, requeijão e iogurte", confirma o coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE, Andre Braz. O especialista em política monetária e inflação prevê o aumento na demanda de outros tipos de carne, como a dos suínos e do frango. Mesmo assim, não chegará a ser um ponto de pressão para a inflação, acredita. "Vamos manter o teto de 4,5%. O ideal seria o centro, no percentual de 3%", prevê.

 

Recuperar solo leva tempo e custa caro

A produção de alimentos, no que diz respeito à agricultura, não é a única que sofre. Muitas queimadas atingiram grandes proporções, causando morte de animais, perda de culturas agrícolas e prejuízos com infraestruturas rurais e urbanas. Além do impacto econômico, social e ambiental, as queimadas afetam as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos. Grandes quantidades de carbono, nitrogênio, potássio e enxofre são perdidas para a atmosfera. Em longo prazo, essa alteração no solo causada pelo fogo tem consequências na biodiversidade e na manutenção dos ecossistemas.

Pesquisas indicam que o fogo compromete a qualidade do solo e a produtividade no decorrer do tempo. A queima da cobertura vegetal deixa a área descoberta, levando a maior absorção da radiação solar, com ampliação da temperatura e do ressecamento ao longo do dia. Porém, à noite, ocorre a perda de calor pela exposição, elevando assim a amplitude das variações térmicas diárias. Essas oscilações prejudicam a absorção de nutrientes e a biologia do solo.

 

Fonte: economia.uol

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